quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A escola é uma ideia

Wanda Camargo*

Uma escola não prescinde de professores, alunos, funcionários, dirigentes, instalações que incluam lazer, bibliotecas, laboratórios, currículos, planos pedagógicos, ideologias, filosofias de ensino, metodologias. Mas não é apenas isso: abrange tudo isso, e é muito mais. 
A escola é uma ideia. E dessa ideia nasce a instituição tão fundamental para a civilização que suas origens praticamente se fundem. Das primeiras relações sociais, primeiras letras, até a mais complexa pesquisa de ponta, tudo tem nela seu início, e nela se processa. A escola conserva, transmite, cria, renova, contesta e valida o conhecimento. Não há como fazê-la calar. O pensamento não deixa de existir apenas por deixar de ser expresso por algum tempo. É na escola que primeiro surgem os ideais de liberdade. 
As primeiras escolas estabelecidas no Brasil, ainda no início do período colonial, eram confessionais, com forte influencia jesuítica - ligadas aos conceitos pedagógicos centrados na pura transmissão do saber. Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal, então primeiro ministro de Portugal, iniciou uma série de reformas que incluíram a expulsão dos jesuítas da metrópole e das colônias - e a partir daí as vertentes laica e religiosa passaram a conviver.
Já nos anos 1930, passou a predominar a chamada pedagogia nova, com foco em aprender a aprender. Durante a Ditadura Militar, estabeleceu-se uma concepção pedagógica dita produtivista, voltada, quase que unicamente, a aprender a fazer. Atualmente, grande parte das escolas baseia-se no conceito construtivista, de Jean Piaget, que preconiza a construção do conhecimento pelo sujeito do aprendizado, obviamente não dispensando a orientação e participação docente em todos os níveis. 
Na educação superior, a escola brasileira está enfrentando uma questão vital: a universalização do acesso. A par de políticas publicas de concessão de bolsas, como FIES e PROUNI, estabelece-se regime diferenciado para ingresso na universidade, pública e privada, regimes de cotas para afrodescendentes, indígenas e outros grupos de excluídos. O suposto privilégio é parte do resgate de uma dívida que o Brasil tem com pessoas cujos ancestrais foram alijados dos direitos, após terem sido trazidos para cá (ou aprisionados aqui), absolutamente contra a vontade, e terem contruído grande parte da riqueza do país com trabalho não remunerado. 
O sistema é justo e, embora em alguns poucos casos beneficie pessoas que dele não precisariam, atende à necessidade de nivelamento de oportunidades para a maioria. E os resultados começam a surgir: estudantes que ingressaram por cotas têm tido, de forma geral, desempenhos equivalentes aos dos demais, numa evidência de que o principal problema sempre foi de acesso.
Os adversários deste sistema argumentam que se trata de descumprimento à Constituição Federal que, em seu Artigo 5º, o qual declara que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”. E teriam razão, se não se tratasse de mecanismo temporário e que visa precisamente garantir aquela igualdade, minorando as distinções advindas de condições específicas de pobreza e falta de oportunidade de estudo impostas secularmente aos agora contemplados. 
Esse regime é legitimado por sua transitoriedade. Não se justificará mantê-lo quando grande parte dos agora cotistas, ou seus filhos, mercê da melhora de condição material, que é uma das decorrências de mais e melhor estudo, não mais dele necessitarem. Uma exceção, ainda que justa, só pode existir enquanto prevalecerem causas e circunstâncias que lhe deram origem, e no momento atual, tem importância capital para a inclusão e a cidadania.
São muitas as carências, quando analisamos o sistema educacional brasileiro. Valorização do magistério, expansão da rede escolar, melhora da infraestrutura, ampliação do acervo das bibliotecas (construção de algumas, em escolas sem este importante quesito de aprendizagem) e outros requisitos demandam urgente atenção das autoridades municipais, estaduais e federais. Por outro lado, as realizações foram também significativas nas últimas décadas - entre elas, a melhor compreensão comunitária da necessidade de qualidade no processo educacional e evolução do país. Temos muito a comemorar em vários aspectos da escola brasileira, mas muito mais ainda a conquistar.

 Wanda Camargo – educadora e Assessora da Presidência das Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

BIOGRAFIA DE PAULO FREIRE



Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
            A sua prática didática fundamenta-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso  de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecni-cista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado.
O talento como escritor o ajudou a conquistar  um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes, políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda.
Freire foi encarcerado como traidor por 70 dias, em 1964, passou por um breve exílio na Bolívia e trabalhou no Chile por cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (ONU).

Em 1979, com a Anistia, Freire pôde retornar ao Brasil, mas só o fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo de 1989 a 1991. Criou o MOVA – Movimento de Alfabetização, um modelo de programa público de apoio a salas comunitárias de Educação de Jovens e Adultos (EJA) que até hoje é adotado por  numerosas prefeituras.
baseado em: Wikipédia

Paulo Freire Contemporâneo - Documentário


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

História da Educação

            A política educacional brasileira na década de 20 ficou marcada pelo movimento do entusiasmo pela educação, que tinha por objetivo proliferar a escola pública no país. Em vez dos pobres frequentarem a escola pública, o rico é que teve acesso a mesma. A intenção dos políticos daquela época era alfabetizar o maior número de pessoas para que pudessem ingressar no mercado de trabalho. O regime da época era oligárquico, ou seja, a política era conduzida pelos grandes cafeicultores. Essa oligarquia freava o movimento do entusiasmo pela educação. A prática pedagógica que existia nessa época era a tradicional.
           A década de 30 ficou marcada pelo movimento do otimismo pedagógico que pregava a melhoria da qualidade do ensino. Nessa época aparece também o movimento
escolanovista. No lugar dos cafeicultores surge Getúlio Vargas que imprime a modernização do Estado brasileiro. No início da segunda república (1930-1937) foi assinada a constituição Federal de 1934 por Getúlio Vargas que tinha uma característica democrática, ou seja, assinada com o apoio do povo. Em 1937, ele aplica um golpe chamada Estado Novo que marca a política educacional na década de 40 (1937-1945).
           Na década de 40, o poder público se desresponsabiliza completamente da educação pública. A responsabilidade fica sobre as famílias. É criada a "caixa escolar", ou seja, as famílias ricas pagavam as escolas particulares e davam uma "esmola" pra garantir o ensino público. O dinheiro do governo foi para resolver outras questões sem ser a educação. De 1945 a 1947 conhecemos o período que se chama Quarta República (redemocratizador). A Nova Constituição de 1946 fica responsável por editar a LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional).
              A década de 50 foi marcada pelas grandes discussões em torno da LDB.
           A década de 60 foi marcada pelos movimentos de Paulo Freire e pelo retorno das discussões do movimento escolanovista. Todo movimento em torno de jovens e adultos se sobrepõe às escolanovistas. Paulo Freire é considerado uma grande ameaça para a educação brasileira. Os políticos criaram o movimento "Mobral' para abafar as idéias de Paulo Freire. Ele e outros foram exilados do país.
          Na década de 70, a ditadura militar que durou 21 anos fundou o movimento nacional conhecido como tecnicista. Surgem cursos profissionalizantes como CEFET , SENAI, SENAC e outros. Nesse período aparece a lei 5.692/71 (a nova LDB na década de 70). Em 1975 começa o movimento de redemocratização que dura 10 anos. A ditadura militar teve seu fim somente em 1985 com a posse de José Sarney.
baseado em Valéria da Hora Bessa 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O papel da avaliação no processo de ensino e aprendizagem escolar


Culturalmente damos às notas a importância de rotular os alunos em bons ou ruins. Neste sentido os bons continuarão e os ruins terão de refazer novamente toda uma trajetória cursada. Nós incorporamos de forma natural essa prática, sem nos preocuparmos o que essa nossa ação esta ocultando.
De acordo com a tradição escolar, as avaliações são tidas como classificatórias, separando os alunos que conseguiram aprender, dos que não conseguiram aprender determinados conteúdos tracejados, de acordo com a série que se localizam. Tal fato pode levar à exclusão. A avaliação deve ser balizada na inclusão e pautada na edificação da autonomia, levando em conta infinitas alternativas e estratégias de aprendizagem aos alunos. Nesse sentido, a avaliação nos dá a compreensão de que os alunos em geral possuem a capacidade de aprender e todo o processo (metodologias e conteúdos disciplinares) precisam ser planejadas levando-se em conta estas infinitas alternativas de aprendizagens do alunado.
Precisamos estar sempre antenados com nossa visão educativa para assim termos claro "para que" estamos avaliando. Se a intenção é que o aluno aprenda, a avaliação deverá ter essa finalidade.  Se a intenção for classificar a avaliação também terá essa mesma finalidade. Assim fica claro que o objetivo e o modo avaliativo sofrem as influências de um entendimento e/ou ponto de vista que se tenha da educação, orientando seu uso.

Nota

Socialmente é muito corriqueiro o entendimento de que para se avaliar o aluno precisa receber uma nota pelo que produziu. Nesse caso damos um valor e/ou conceito. Entretanto, nós educadores precisamos sair do senso comum, para não confundirmos avaliar como simplesmente um valor. Assim, seja qual for o instrumento que será usado (provas, trabalhos em grupo, registro de atividades), significa sempre um componente inseparável, não inicia e nem termina ao se atribuir uma nota ao aprendido. O ensino é repleto de propósitos visando abranger objetivos educativos, podendo ser referentes a normas e/ou condutas ou conteúdos propriamente ditos.
As práticas de avaliação devem estar acompanhadas de vários aspectos, como autonomia (do professor e também da escola), uma matéria escolar dinâmica, flexível, atualizada (contemporânea) e também contextualizada.  

Transformação
Para uma transformação da avaliação é preciso modificar também a relação entre a comunidade (família) e a escola, e as necessidades individuais de cada aluno. Perpassa ainda por modificações no relacionamento educador e educando, na didática e nos procedimentos estratégicos de lecionar, e também nos projetos curriculares e/ou políticas públicas governamentais.
Uma avaliação que classifica faz parte de uma escola do passado, que não existia para todos, assim como o acesso ao ensino (educação) não era um direito. Deste modo, tudo mudou e as práticas pedagógicas também precisam mudar. Porém, essa mudança é lenta. Uma vez que, se encontra associada com nossos tão enraizados valores e crenças que desenvolvemos em nossas experiências de vida.

Avaliação formativa
A avaliação formativa é aquela que aponta o caminho do aluno no sentido de realizar seus estudos e aprendizagens, auxiliando a encontrar suas dificuldades e também seu potencial, para redirecionar novamente seu caminho. Outro fator da avaliação formativa é a edificação da autonomia do aluno e nesse sentido se torna importante que se possível o aluno tenha ciência de qual conteúdo vai estudar, quais as finalidades ou objetivos que deverá atingir e como será a verificação e analise de seu progresso e desenvolvimento.
A avaliação formativa deve ser compreendida como componente do procedimento do ensino e também da aprendizagem. Ou seja, a avaliação faz parte de todo o processo envolvido na ação ensino/aprendizagem (inseparavelmente). Podendo ser usada com a intenção de acompanhar o desenvolvimento (progresso) do aluno, ou com a intenção de verificar o desfecho que o aluno foi capaz de alcançar em certo tempo. Porém, deve sempre ter a intenção de delinear ações educacionais posteriores. Ocorrendo no próprio andamento de toda a ação, objetivando uma reorientação dessa mesma ação. Assim o procedimento de avaliar está compartilhado entre professor e aluno, ambos se responsabilizando pela ação.

Uma prática de aprendizagem
Torna-se importantíssimo fazer da avaliação uma prática de aprendizagem, entendendo que a avaliação faz parte de todo o processo de ação de ensinar do professor e também do aprender do aluno, são indissociáveis, não é possível ensinar e/ou aprender sem avaliar.

Conclusões
Concluímos nesse trabalho que a avaliação precisa ser a formativa. O professor deve permanecer vigilante nas ações e aprendizagens dos alunos. Não vai avaliar no sentido de apresentar uma nota, pois será conseqüência e não o término de todo um processo. Tem a função fundamental de dar continuidade aos caminhos da prática de aprendizagem, de forma contínua e ininterrupta, é um componente do dia-a-dia habitual dos afazeres propostos de cada ação de sala de aula. Ou seja, a avaliação deve ser inseparável de todas as ações envolvidas no processo e não isolada.

 Referencias bibliográficas
 FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro. São Paulo Scipione, 1992.
 FREIRE, J. B. De corpo e alma. São Paulo: Summus, 1989.
 FREIRE, J.B., SCAGLIA, A.J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
 NEIRA, M.G. Educação física infantil. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2002.
 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Educação física. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
 Autor: Dailton Sidnei Pichinin
Professor escritor
São José do Rio Preto SPdidaticacopep@gmail.com
Autor de vários livros na área de Educação e Educação Física Escolar, vários cursos presenciais e na modalidade de Ensino à Distância, e diversos artigos locais, regionais e nacionais. Site e contato em: http://didaticacopep.webnode.com.br/    
ALGUNS CURSO PUBLICADOS NA MODALIDADE À DISTÂNCIA:
Educação Física Escolar nas Séries Iniciais:
Educação Física Escolar nas Séries Intermediárias e Finais:
Estratégias Para Um Trabalho Coletivo:
A Arte de Liderar:
Avaliação e ensino-aprendizagem